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Vale do Paraíba inicia a 7ª edição do Curso de Gestão e Educação Ambiental

O 7º Curso de Gestão e Educação Ambiental do Vale do Paraíba, organizado pela Câmara Técnica de Educação Ambiental e Mobilização Social (CT-EAMS) do Comitê de Bacias Hidrográficas do rio Paraíba do Sul (CBH-PS), teve início no dia 19 de março de 2011.

A 7ª turma foi recebida pelo Prof. Jorge Gomes, na FATEA, em Lorena, para a realização do 1º Módulo do curso, apresentado pelo Coordenador da CT-EAMS, Duva L. Steck Brunelli, que também apresentou toda a programação do curso que tem duração até novembro. Brunelli, explanou sobre responsabilidades dos alunos, sanou dúvidas sobre a avaliação final e finalizou com um bate-papo com a turma sobre a participação da sociedade civil na gestão ambiental.

Em seguida, a programação trouxe o Coordenador Técnico da Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP), o engenheiro Flávio Simões, que tratou da temática sobre investimento para Captação de Recursos para a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul; um rio federal que passa pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

A palestra do engenheiro Simões foi muito proveitosa, pois os alunos puderam abranger temas ecológicos; impactos socioambientais, como a ocupação irregular e outras intervenções antrópicas como as pequenas centrais hidrelétricas, conhecidas como PCH.

Foi falado também da fragilidade sobretudo dos pequenos municípios da Bacia, que correspondem a 90%, os quais tem em torno de 23 mil habitantes. Deste modo, uma alternativa positiva para fortalecer essas prefeituras, por exemplo, são as parcerias que podem surgir com os segundo e terceiro setores para a realização de projetos do fundo do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP).

Simões explicou sobre a Cobrança do Uso da Água, que é um recurso advindo dos usuários da Bacia do Rio Paraíba do Sul, destinado primeiramente para a Agência Nacional das Águas (ANA), que arrecada para o CEIVAP, que tem como seu braço executivo a AGEVAP.

Assim, o CEIVAP define como aplicar na Bacia o valor arrecadado, que atualmente se divide em 40% do recurso para obras (estruturais) – exemplos: Saneamento Ambiental (resíduos sólidos, abastecimento de água, drenagem urbana e tratamento de esgoto); erosão, revegetação e monitoramento. E 60% para projetos (estruturantes) – exemplos: Programas e Projetos de Educação Ambiental, Capacitação, Mobilização e Comunicação Social; Estudos, Planos e Outros Projetos e Programas.

Pela tarde, o grupo visitou a agradável Fazenda Conceição, também no município de Lorena, localizada na Bacia Ribeirão dos Macacos, que nasce na Serra da Mantiqueira e é tributário do Rio Paraíba do Sul. Vale dizer que a Fazenda possui 33% de cobertura vegetal, compreendida pela Área de Preservação Permanente (APP), e também pela Reserva Legal (RL), que corresponde a 20% da área da propriedade rural no bioma Mata Atlântica. Tanto a APP – que corresponde a beiras de rio e topos de morro- quanto a RL estão previstas na legislação.

Os alunos foram recepcionados pelo veterinário e agrônomo da Fazenda, João Marcelino da Silva, que acompanhou o grupo e explicou as práticas sustentáveis da Fazenda Conceição com destaque para as boas práticas agroambientais – que compreendem entre elas abolir o uso de agrotóxicos e adubos químicos e preservar mata nativa, nascentes, prevenir erosão e manter o solo permeável.

As práticas agrícolas sustentáveis da Fazenda Conceição têm como reconhecimento a Certificação – na qualidade dos produtos e cuidado com o meio ambiente, tanto para a produção de leite – que envolve um manejo diferenciado no pasto, como técnicas do Pastejo Voisin, e o tratamento com música clássica para as vacas que relaxam e produzem em torno de 5% a mais de leite. Quanto para a horta orgânica, manejada sob os conceitos e princípios da agroecologia, que pela técnica da compostagem, produz seu próprio adubo ali na Fazenda.

As atividades na Fazenda não fazem uso de qualquer tipo de veneno, nem carrapesticida ou outro pesticida.

A Fazenda abriga a sede do Instituto Oikos de Agroecologia que desenvolve muitos projetos de conservação e socioambiental, como o trabalho com os produtores rurais da região, que aprendem que da natureza tudo se transforma, tudo se recicla e aproveita, oferecendo assim, mais qualidade de vida aos produtores e preservação da natureza.
Para saber mais sobre o Instituto e seu trabalho, acesse: http://www.institutooikos.org.br/

Por fim, pode-se considerar que o Curso de conteúdo teórico e prático é uma ótima oportunidade de aprendizado e vivência para os alunos que investem e participam por iniciativa voluntária. Flávio Simões chama a atenção que a visita à Fazenda Conceição foi possível verificar de perto a valorização dos recursos naturais disponíveis.

Simões também alerta que “vivemos um momento de grande mobilização na Bacia do Rio Paraíba do Sul, há dinheiro disponível para realizar ações – de educação ambiental; de tratamento de esgoto, de recuperação de áreas degradadas, etc. – para a melhora dos recursos hídricos.”
Para saber mais sobre o CEIVAP, acesse: http://www.agevap.org.br/index.php

O 2º Módulo será em Taubaté, na segunda quinzena de abril, com o tema “Educação Ambiental – Técnicas de Educação”. Até lá!